sexta-feira, 24 de agosto de 2012

#Citações (7) Karl Marx: Valores





"Chegou, enfim, um tempo em que tudo o que os seres humanos haviam considerado inalienável tornou-se objeto de troca,de tráfico, e pode alienar-se. É o tempo em que as coisas mesmas, que até então eram comunicadas,mas nunca trocadas; dadas, mas nunca vendidas; conquistadas, 
mas nunca compradas - virtude, amor, opinião, ciência, consciência etc. -, em que tudo, enfim, passou para o comércio.
 É o tempo da corrupção geral, da venalidade universal ou, para falar em termos de economia política, o tempo em que qualquer coisa, moral ou física, tendo-se tornado valor venal, é levada ao mercado para ser apreciada por seu valor adequado."


Karl Marx 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

C.S. Lewis: Jesus: Deus, mentiroso ou um lunático?



Um trecho do clássico "Cristianismo Puro e Simples" de C.S Lewis. Junto com vários clipes da "Paixão de Cristo" de Mel Gibson.

sábado, 4 de agosto de 2012

Para ouvir e refletir: Diogo Nogueira - Fé em Deus


FÉ EM DEUS
Diogo Nogueira

A luta está difícil, mas não posso desistir
Depois da tempestade, flores voltam a surgir
Mas quando a tempestade demora a passar
A vida até parece fora do lugar
Não perca a fé em Deus, fé em Deus
Que tudo irá se acertar

Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu
Tenha fé, nunca perca a fé em Deus

Pra quem acha que a vida não tem esperança
Fé em Deus
Pra quem estende a mão e ajuda a criança
Fé em Deus
Pra quem acha que o mundo acabou
Pra quem não encontrou um amor
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus

Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz
Fé em Deus
Pra quem não alcançou tudo que sempre quis
Fé em Deus
Pra quem ama, respeita e crê
E pra aquele que paga pra ver
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus

Aquilo que não mata só nos faz fortalecer
Vivendo aprendi que é só fazer por merecer
Que passo a passo um dia a gente chega lá
Pois não existe mal que não possa acabar
Não perca a fé em Deus, fé em Deus
Que tudo irá se acertar

Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu
Tenha fé, nunca perca a fé em Deus

Pra quem acha que a vida não tem esperança
Fé em Deus
Pra quem estende a mão e ajuda a criança
Fé em Deus
Pra quem acha que o mundo acabou
Pra quem não encontrou um amor
Tenha fé, vá na fé,
Nunca perca a fé em Deus

Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz
Fé em Deus
Pra quem não alcançou tudo que sempre quis
Fé em Deus
Pra quem ama, respeita e crê
E pra aquele que paga pra ver
Tenha fé, vá na fé, nunca perca a fé em Deus

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Por que é difícil praticar a piedade?


Por Ênio Caldeira Pinto

É muito comum em nossa caminhada cristã estabelecer fundamentos como sustentação para a prática da espiritualidade. Orar, ler a Palavra, cantar, exercer a misericórdia, entre outros são excelentes exemplos de como nos identificarmos como cristãos. Quero comentar sobre um fundamento que está sendo ignorado nos últimos anos. Falarei sobre a piedade.

A piedade é o compromisso que assumimos para cumpir os deveres perante os familiares (pais e parentes), a religião (Deus, igreja e irmandade) e o país (civismo, patriotismo e proteção ao país). Cumprir deveres denota o nível de piedade que exercemos pela devoção, pela misericórdia e pelo entendimento sobre a missão cristã no mundo. 

Para mim, a piedade está conectada ao sentido integral do desenvolvimento de nossas vidas. Logo após a conversão, a vida ganha o estatus de "nova" (2Cor 5:17), de "sensatez" (bom senso) e de "justiça" (verdade e liberdade). A fé em Cristo patrocina o nosso entendimento e atitude acerca da prática da piedade. Ser piedoso é agir fielmente com o compromisso dos deveres, é ser consciente do ministério confiado, é ser soldado em combate. 

Sendo a vida integralmente o exercício da piedade, logo temos que demostrar as virtudes. Isso acontece quando revelamos nosso grau de envolvimento e compromisso com o ministério redentivo de toda a criação. O fruto do Espírito (Gl 5:22) se torna uma realidade em nós porque reagimos aos vícios. É a piedade que fará o nosso testemunho ser a verdade de transformação integral (corpo, alma e espírito). 

Deveria existir o ministério da piedade, aquele que avaliaria o rendimento de cada um de nós no cumprimento dos deveres. Deveria haver maior divulgação dos testemunhos alcançados no seio da comunidade: a família que se rende ao sentido da cruz, os membros que se engajam fielmente ao desafio de transformar a cidade e o país que se orgulha em diminuir a corrupção e injustiças.

O mundo deveria enxergar, em cada um de nós, o propósito do porquê sermos compassivos com a causa de Cristo. Compaixão é o grau máximo de nossa prática de piedade. A crise em exercer a missão é porque os cristãos mudaram o rumo de seus compromissos. Voltaram a defender a prosperidade porque sentem-se confortáveis com as benesses materiais. A atual teologia da prosperidade é a máscara da impiedade cristã, pois falsifica uma atitude gerada pela ganância de posses do que de socorro ao próximo. A piedade tem perdido espaço nos púlpitos e nas dinâmicas da vida cristã, está, inclusive, enclausurada nos modelos de espiritualidade placebos. Vida sem piedade é o mesmo que frasco sem perfume, cristão sem cruz e missão. 

A cristologia é uma disciplina da teologia sistemática cujo conteúdo principal é descrever a vida e obra de Jesus Cristo. A finalidade maior desse estudo não é defender as máximas dos teólogos, mas, sim, gerar em nós a potencialidade de que a salvação é redentora. É o poder de transformar, a metanóia (arrependimento, conversão e testemunho) responsável pela nossa participação no reino de Deus. Cada atitude a ser feita é uma prova de que nosso caminho é o da piedade. Nossas ações revelam uma cristologia de verdade, de possibilidades e de potencialidades, enfim uma cristologia de piedade. 

Vejo mais impiedade praticada nos círculos de líderes que se autodenominam "mensageiros de Deus" do que nos que se comprometem em ensinar sobre a vida de Cristo em nós. Cristo é o conteúdo da piedade. Sem ele não realizamos o trabalho, gastamos nossas fontes de energia. Sem ele não oramos, balbuciamos frases de efeito em voz audível. Sem ele não nos comprometemos ministerialmente, apenas nos inscrevemos em tarefas cotidianas. É, pois, em Cristo que a piedade se torna essencialmente espiritual, revela-nos os arcanos (mistério) do consolo, do conforto, da justiça, da confiança e da própria fé. A piedade originada em nós por meio de Cristo sempre nos fortalece a fazer mais do que devemos – faz-nos ministerialmente aprovados por Deus e pela sociedade. É a piedade que nos dá discernimento para decidir com sabedoria! É a liderança piedosa (influenciar pessoas) que promove a presença cristã na sociedade e não a administração pastoral (designar funções). 

Ser piedoso é seguir a Cristo, seguir a Cristo é ser cidadão. Cada um de nós, nascido em solo brasileiro, faz-nos automaticamente cidadãos. Há os que se tornam brasileiros por meio de naturalizações ou residência permanente, entre outros. O fato é que nós não temos um território que nos faz cidadãos de Cristo, a não ser o da representação imaginária (Fp 3:20a). Então nossa piedade cristã precisa ser entendida como o exercício de cidadania (Fp 1:27), ou seja, o ministério de ser piedoso na cidade. Sendo assim, entendo que o Brasil precisa de cristãos piedosos, ou melhor de cristãos que exerçam a cidadania piedosa. Então, poderemos pensar em ter uma cidade melhor. 

Infelizmente, ouço pregações de líderes desmerecendo o exercício de cidadania piedosa, porque afirmam "aqui não é o nosso mundo". Eles podem estar sofrendo de um lapso hermenêutico, pois qualquer prática do presente é que fará o reino do porvir. Falta-nos, então, a educação redentora para que nossa espiritualidade seja integralmente piedosa. É por isso que advogo uma formação teológica pastoral mais verossímil que dá sentido ao futuro da igreja. Pastorear é tornar o mundo a paróquia, parafraseando John Wesley, mas "pastar" é consumir a relva de nossas igrejas e torná-las infrutíferas. Precisamos investir em um outro tipo de formação pastoral, tipo a que dá valor ao cumprimento dos deveres. Precisamos formar pastores piedosos. Acredito que na escolha de um líder para pastorear uma comunidade, deve-se exigir a piedade como requisito de contratação. É como se o pastor fosse vocacionado ao exercício da piedade. Na verdade, o ministério cristão é uma vocação à prática piedosa e, nesse sentido, exercer a cidadania é ser vocacionado também. 

Para responder à pergunta "Por que é difícil praticar a piedade?", respondo: é difícil porque, infelizmente, voltamos à prática dos resultados sem a devida crítica. Julgamos o crescimento da igreja (que não tem acontecido) como ação do Espírito, mas não aceitamos que esse inchaço é decorrente da pesca em aquário alheio. Condenamos os políticos envolvidos em corrupção, mas ignoramos líderes evangélicos envolvidos em escandâlos também políticos. Falamos de pastores "ludibriadores", mas não adotamos nenhuma exigência para a formação integral do pastor e nem aplicamos em sua educação teológica. Falamos da precariedade da saúde pública, mas corremos a ela quando não temos planos de saúde particular. O fato é que não cumprimos com o dever de ser missionário na família, na igreja e na cidade. Não estamos exercendo a piedade. Minha esperança é a seguinte:

"Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras (Tito 2:11-14)".

sábado, 28 de julho de 2012

#Citações (6): Zigmunt Bauman: Relacionamentos descartáveis



Por que os relacionamentos seriam uma exceção ao restante das regras da vida? Para funcionar propriamente e fornecer a satisfação prometida e esperada, os relacionamentos precisam de atenção constante e manutenção dedicada. Quanto mais tempo duram, mais difícil torna-se manter a atenção e o serviço de manutenção necessário ao dia-a-dia, Consumidores acostumados com produtos de consumo que envelhecem com rapidez e são prontamente substituídos acharão incômodo, além de um desperdício de tempo, preocupar-se com uma coisa dessas, e se apesar disso resolverem prosseguir, carecerão de hábitos e habilidades necessários. Os casamentos, escreve Phil Hogan, sempre tiveram seus maus bocados e seus momentos críticos, curtos ou longos – a diferença agora ‘é a rapidez com que nos aborrecem. Lá se vão os tempos da crise dos sete anos. Segundo as últimas descobertas, entre oito meses e dois anos tornou-se o tempo ideal para puxar a tomada do matrimônio. E ele explica: 'É difícil ficar chocado com essas notícias. Não só isso parece perfeitamente de acordo com as modernas noções de compromisso e paciência, mas também diz alguma coisa sobre nossa ideia do que seja ser paciente”      Zigmunt Bauman

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amigo -


Por Ênio Caldeira Pinto
Sou teu amigo!

Amigo é o amor que velamos em mistério:
Aquele que não podemos revelar
Aquele que não podemos demonstrar
Aquele que não podemos apagar

Amigo é o companheiro que chamamos para a batalha:
Aquele que sempre nos ensina a se alforjar
Aquele que sempre nos socorre a labutar
Aquele que sempre nos ajuda a lutar

Amigo é o amante que elegemos prá desfrutar
Aquele que nos dá prazer nas sociais 
Aquele que nos dá alegria nos jogos e nas competições
Aquele que nos dá amor nas depressões

Amigo é o imaginário de nossas representações de fraqueza
Aquele que nos entende sem que falemos de nada
Aquele que sente forte quando nós estamos desmotivados
Aquele que nos confronta sem medo de nos perder.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Papa é pop, Cristo é Underground


Por Marcello Comuna

Acho relevante antes do texto em si, uma compreensão do termo underground. 

Underground significa subterrâneo, em português, e é usado para chamar uma cultura que foge dos padrões normais e conhecidos pela sociedade. Underground é um ambiente com uma cultura diferente, que não segue modismos e geralmente não está na mídia. 

Existe também a cultura ou movimento underground, que é formada por um grupo de pessoas que não está preocupada em seguir padrões comerciais, e pode ser chamada também de cena underground. A Cultura Underground está relacionada a música, artes plásticas, literatura e toda forma de expressão através das artes, principalmente pela cultura urbana contemporânea. Um indivíduo que deixa o movimento fala-se que "deixou o undergrond" ou "saiu do underground", e isso ocorre quando eles se tornaram populares e conhecidos pelo público, então não fazem mais parte dessa cultura. 

Acho relevante antes do texto em si, uma compreensão do termo underground. 

Underground significa subterrâneo, em português, e é usado para chamar uma cultura que foge dos padrões normais e conhecidos pela sociedade. Underground é um ambiente com uma cultura diferente, que não segue modismos e geralmente não está na mídia. 

Existe também a cultura ou movimento underground, que é formada por um grupo de pessoas que não está preocupada em seguir padrões comerciais, e pode ser chamada também de cena underground. A Cultura Underground está relacionada a música, artes plásticas, literatura e toda forma de expressão através das artes, principalmente pela cultura urbana contemporânea. Um indivíduo que deixa o movimento fala-se que "deixou o undergrond" ou "saiu do underground", e isso ocorre quando eles se tornaram populares e conhecidos pelo público, então não fazem mais parte dessa cultura. 

Vamos ao texto.
"Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele”. João 8:28-30

Jesus estava na missão. Após mais um dia de caminhada e pregações, um grupo de judeus crê em suas palavras. Uma dialética tinha sido instaurada e os judeus tinham se convencido. Jesus deveria estar satisfeito, afinal, esse é o objetivo de um pregador, que seus ouvintes acreditem em suas palavras.

A missão do dia estava cumprida. Se fosse em nossos dias, chamaríamos os convencidos à frente, induziríamos a repetir uma oração publica confessando Jesus como Senhor e arrependendo-se de seus pecados. Pronto! Iriamos para casa com nossa consciência e vaidade satisfeitas. Para muito de nós o trabalho estaria concluído. Nada mais precisaria ser dito. Daríamos a benção apostólica e encheríamos nossa boca para dizer que “N” pessoas foram salvas com nosso trabalho.

Analisando o modo como Jesus compartilhava a verdade, penso que nosso trabalho evangelístico pós-moderno está muito distante do evangelismo praticado pelo próprio Cristo.

Jesus poderia ter parado por ali, já tinha aumentado o rebanho. Mas supreendentemente ele continua a falar para aqueles que creram nele. Ele vai para o nível 2 do seu discurso e o clima fica tenso.

Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:31-32

Minha mente literária gosta de pensar que nesse momento, Pedro, o mais ousado dos apóstolos, deve ter cochichado com João: “Ih! Vai dar merda!”.

Jesus deixa claro que não bastava fazer uma oração confessando-o como Senhor ou cantar músicas exaltando o seu nome, era preciso ir além. Os judeus na época de Jesus já carregavam uma enorme tradição e se consideravam um povo superior ao outros, não se sujeitando a ninguém. Aí Jesus chega e diz que ele só serão verdadeiramente livres após conhecerem a verdade.

Que conversa é essa? Nunca fomos escravos de ninguém! Replicaram os judeus. Vs. 33.

Jesus poderia recuar como faz os seus pseudos representantes nos programas de televisão quando são contra argumentados com outras verdades. Ele poderia abrir mão da sua verdade absoluta em nome do ecumenismo ou relativismo, como faz os artistas gospels da grande mídia. Ele poderia simplesmente evitar o conflito, afinal, aquelas pessoas já tinham acreditado nele. O importante não é aumentar o rebanho? Para Jesus isso não bastava, na verdade, isso não era importante. Esse frenesi por quantidade é uma influência direta do sistema capitalista em nosso meio. Mas isso é outra conversa...

Jesus estava preocupado com o interior das pessoas. Ele queria faze-las enxergar os seus pecados e a partir daí começar um processo de redenção como estava acontecendo aos poucos com os doze que o assessoravam. Havia chegado o momento de espremer a ferida, expelir o pus, desconstruir castelos da religiosidade e tradição, dos achismos, da soberba judaica, da hipocrisia farisaica.

Os judeus se consideravam os santarrões da terra. Jesus, porém, lhes diz: “Vocês são escravos do pecado”! Vs. 34

Eles se vangloriavam de ser filhos de Abraão, assim como muitos incrédulos que convivemos hoje em dia afirmam que também são filhos de Deus. Jesus para esses afirmou: “Vocês são filhos do diabo!” Vs.44. (Nessa hora Pedro deve ter falado novamente: “Agora vai dar muita merda mesmo”!).

Vai vendo a diferença do discurso do nosso Mestre para o discurso dos “cristãos” midiáticos.

E aqui ele diz algo de suprema importância para nosso tempo apostata.

“Mas porque eu digo a verdade não me credes [...]. Se vos digo a verdade por que não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus”. (Meus irmãos calvinistas adoram essa parte do texto)

Jesus traz à tona aquelas falsas conversões. Aquelas decisões baseadas em emoções.

Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: “Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio”? Jesus respondeu: “Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.
Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue”. João 8:48-50

Ué?! O grupo não tinha crido? Porque voltaram a chamar Jesus de endomoniado? Jesus tem que se justificar e voltar a afirmar que era de Deus! O conflito estava instaurado, o Mestre abre mão dos elogios, dos tapinhas nas costas e de novos convites para pregar na sinagoga.

Viu apologeta? Antes de você, Jesus também recebeu o título de encapetado por pregar o evangelho genuinamente e refutar as heresias. Renove suas forças e continue seu trabalho! Deixa os cabritos berrarem!

Por fim, os que haviam se “convertido” pegam pedras para apedreja-lo. Contudo, o Mestre dá um “ninja gaiden” e despista seus candidatos a algozes.

Nosso mestre deixou o exemplo. Ele nunca fez questão de ser pop. O papa é pop, o gospel é pop, Diante do Trono é pop, Pregador Luo virou pop. E o pop não poupa ninguém, já diria o poeta. Arrasta milhares com suas sedutoras propostas de glória e fama.

Nosso General é Underground! Nosso General nunca usou o pretexto de alcançar almas para buscar glória e fama, antes esvaziou a si mesmo. Seu discurso sempre foi under, sempre foi na contra mão da maioria. Ele não ficou com cara de paisagem diante a dureza de coração do povo, não envergou seu discurso mediante a uma situação de iminente perigo e que, se ele quisesse, poderia transformar em uma situação de consagração junto aos judeus. Perceba que caso Jesus abrisse mão do complemento do seu discurso, tudo terminaria em paz. Como termina em paz as apresentações na TV desses que negociam a verdade. No final ele sairia aplaudido e elogiado. Mas ele precisava dar o exemplo, afinal, foi ele mesmo que disse que bem aventurados seriamos quando pelo nome dele fossemos perseguidos.

Igreja! Pare com essa bobagem de querer montar um ministério megalomaníaco para ganhar o Brasil, a China, a Nova Zelândia ou o raio que o parta para Cristo! Não se venda sob o pretexto de ganhar multidões. Pare de usar Salmos 2.8 para legitimar suas aberrações evangelísticas. Muitos homens ambiciosos alegam que estão em busca de conquistar as nações, as multidões para o Reino, por isso precisam construir impérios. Usam descaradamente e fora de contexto o verso: “Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade”. Pastores e cantores incitam pessoas a repetirem essa oração como se fosse um mantra levando-as ao erro para influencia-las a colaborarem com seus projetos gananciosos travestidos de "busca pelas nações". Isso não é uma oração para os homens, esse verso trata-se de um sublime e magnifico diálogo entre o Filho e o Pai. Esse Salmo é altamente poético, profético e escatológico.

Deus entregará as nações a Cristo para julgá-las, esse é o teor da conversa. Nada tem haver com evangelismo. Veja o quê diz o verso seguinte: “Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro". Salmos 2:9

Isso faz algum sentido? Evangelizar nações para julga-las e destruí-las? Claro que não! Deus entregará as nações e os confins da terra para Cristo, não para você!

Enfim, equívocos interpretativos a parte.
Não adianta! O Evangelho genuíno nunca será pop. O Evangelho é underground, corre na contra mão, é marginal, é anti-mainstream. Se você anda pregando o evangelho e os não cristãos andam te aplaudindo demasiadamente, aconselho-te a rever o conteúdo que andas pregando.

Abraços fraternos desse humilde servo que anda vigilante para manter-se no undergroud.

Publicado originalmente no Verbo Primitivo

domingo, 3 de junho de 2012

Para ouvir e refletir: Engenheiros do Hawaii - Dom Quixote



DOM QUIXOTE
Engenheiros do Hawaii

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Homenagem ao Corpo de Cristo


Por Fábio Bauab

A vida é mesmo maravilhosa. Às vezes passamos por momentos e situações em que a única vontade que temos é de desistir de tudo. Eu confesso que já vivi algumas destas situações como professor de teologia. Já me perguntei várias vezes se vale a pena investir na educação teológica, principalmente quando olho para a TV e vejo os preletores violentando os textos bíblicos.

Mas como eu dizia, a vida é mesmo maravilhosa. Tem dias que você é surpreendido de tal maneira que fica difícil esconder a alegria. Dias atrás vivi isto também. Uma ex-aluna postou uma citação de São João Crisóstomo que encheu o meu coração de alegria. Sim, pensei comigo, vale a pena investir na educação teológica. Ainda que muitos alunos vendam os seus princípios ao saírem dos seminários, sempre haverá aqueles que carregarão consigo um pouco do que pensamos e daquilo que acreditamos. Enfim, carregarão um pouco de nós.

Tenho esperanças que uma nova geração de líderes surja com o coração voltado para o estudo sério das escrituras e para o estudo da teologia. Uma geração que entende o valor da reflexão teológica já produzida ao longo de mais de dois mil anos de história. Uma geração literalmente apaixonada pelo Reino de Deus que encontra na piedade e na reflexão séria os fundamentos para uma vida cristã relevante.

Transcrevo abaixo a citação de São João Crisóstomo. Uma citação extremamente relevante para os nossos dias. O meu sonho é que os pastores de mega-igrejas pudessem ler esta citação e compreendê-la. Mas isto é apenas um sonho…

“Vocês querem realmente homenagear o corpo de Cristo? Então não se esqueçam dele na sua nudez. Ao honrá-lo (na igreja) com tapeçarias de seda, não se esqueçam dele lá fora perecendo de frio e nu… Aquele que disse, “Este é o meu corpo”, também disse “Quando estive com fome não me destes de comer”… portanto, não se esqueçam dos irmãos nos seus sofrimentos, quando estão decorando a casa de Cristo. Nossos irmãos são muito mais verdadeiramente templos de Cristo do que qualquer edifício eclesiástico”.


São João Crisóstomo – Homilia sobre Mateus

Fábio Bauab para o Consciência e Fé

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Paulo Romeiro: Corrupção nas igrejas

Pra quem vive na fantasia de achar que na 'igreja' brasileira não existe corrupção:


Paulo Romeiro é jornalista, escritor e doutor em ciências da religião.


sábado, 12 de maio de 2012

Música Oficial da Copa do Mundo no Brasil em 2014


Por Lucas Porto

É (não) oficial saiu a música tema da (não) da Copa do Mundo de 2014 no Brasil
ouça e veja e tire suas próprias conclusões:

  

 Nada mais coerente!

domingo, 6 de maio de 2012

Para ouvir e refletir: Fruto Sagrado - O que na verdade somos?


O QUE NA VERDADE SOMOS?
Fruto Sagrado

Não há mais segredos pra esconder
Por que complicar a verdade?
Que adianta apontar o caminho
E seguir outra direção?
Quando mundo tenta nos enxergar,
Será que vê o que realmente somos?

Pra falar do amor
Tenho que aprender a repartir o pão
Chorar com os que choram
Me alegrar com os que cantam
Senão ninguém vai me ouvir...

Se a verdade é tão simples, onde erramos?
Ou o que deixamos de fazer?
Se não há mais segredos,
Por que complicamos?
Poucos entendem a verdade!
Pra fazer diferença não basta ser diferente
De que modo eu mudo a história?
Com discurso ou com ação?

Pra falar do amor,
tenho que aprender a repartir o pão
Chorar com os que choram
Me alegrar com os que cantam
Ninguém vai me ouvir sem amor...

O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Se o mundo ainda é mau
O culpado está diante do espelho!

O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Pra que serve a luz que não acende?
Não ilumina a escuridão

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Brasil é uma festa da corrupção

 

Por Derval Dasilio

O país das bravatas. Antes das eleições o senador, o deputado, o governador, era o campeão da moralidade. Os palanques balançam com a retórica da indignação, mas depois das eleições lá estão eles na festa do crime e da corrupção, ou protegendo corruptos, sem que seus eleitores se envergonhem deles. Não temem punição, pois são eles que fazem as leis corporativas que os livrarão de pegar cadeia e devolver o que roubaram do povo. Antigamente se chamava de neurastenia, ou histerismo, berrar, gritar, falar alto, o que é mais comum nos brasileiros. O garçom atende mal, damos uma bronca nele. Mas um banco poderoso denuncia uma pessoa como devedora, fazendo-a perder crédito na praça, colocando-a na lista dos “ficha suja” por um débito de 30 centavos. Mas não se protesta por isso.

A crassa desonestidade – que se pode chamar eufemisticamente de “falta de ética” – que nos últimos tempos esquenta o ambiente cultural nacional é prova de que o Brasil mostra a sua verdadeira cara. O governador que antes foi líder estudantil encabeçando passeatas, defendeu os sem-terra, agora manda a polícia espancar e jogar gás em estudantes que fazem passeata; envia tropas de choque para desocupar “invasões” em propriedades de uma empresa multinacional, ganha pontos nas pesquisas e provavelmente vai reeleger-se nas próximas eleições.

O congressista que se elegeu à custa da crescente população evangélica rouba do erário, promove parentes, enriquece-se com concorrências fraudulentas, privilegia os amigos e ONG’s evangélicas que recebem polpudas dotações “sociais” e devolvem comissões ao mesmo, e púlpitos de grandes igrejas lhes são oferecidos. Ele fala contra os “perseguidores do evangelho” que ousam apresentar evidências de seu enriquecimento ilícito, e garante que “aquelas verbas” continuarão vindo. Igrejas e laranjais se igualam.

O pastor milionário da TV vende seu produto: “Deus tem um plano de salvação para você, sua família, seus filhos e sua mulher. E você pode usar o credicard da igreja. Basta pedir o seu, e ir ao seu banco entregar sua oferta”. Jamais será indiciado por estelionato. Ele “prega o evangelho” enquanto aumenta a conta bancária da igreja da qual é dono, sem ter que dar satisfações ao Ministério da Fazenda.

Aliás, o eleitor evangélico, como os demais, jamais acreditará na responsabilidade implícita do seu voto. Não acreditará que ao votar deve-se exigir uma atuação parlamentar pela erradicação da pobreza extrema, da fome e das epidemias cíclicas; exigir educação completa da alfabetização à universidade; exigir cuidados com o meio ambiente. Poderia ser consciente de que toda a população de Marrocos equivale à população brasileira submersa na miséria; que 600 municípios brasileiros, nos 13 bolsões permanentes de miséria e pobreza extrema, necessitados de água potável, esgotos, escola em mínima qualidade, saúde pública e que é através do voto que se pode corrigir tudo isso. Será que interessa?

Aqui, nesse meio, quanto mais viva a corrupção mais sussurros, boca-miúda, pausas, silêncios. O corporativismo evangélico exige controle emocional, condena a raiva, transfere para o além as punições cabíveis; o grito e a indignação são condenáveis e revelam “ausência de espiritualidade” nos inconformados. São “sentimentos baixos”, indignos, impróprios para o crente. Não dá pra entender este país. Ou dá.

Uma expressão latina, “corruptio optimi pessima est” (a corrupção dos melhores é a pior) identifica o que geralmente vemos acontecendo, tanto no Congresso Nacional, nas câmaras legislativas estaduais e municipais, como nas poderosas denominações evangélicas, ricas de puxar dinheiro com rodo. Sem impostos, claro.

O pastor líder da grande denominação é pego com a boca na botija, enriquece a olhos vistos, vive em luxo ostensivo, seus parentes gozam privilégios salariais impressionantes, a cúpula da organização eclesiástica ocupa residências nababescas, tem conta no exterior, não pagam impostos, porque o dinheiro vem da igreja. A comunidade evangélica silencia. Assume a conivência, compactua com a corrupção dos que ocupam altos cargos nas denominações, ou daqueles que os representam no Congresso. Fazer negócios e mercadejar produtos religiosos é privilégio da religião. É “assunto espiritual”, e estamos conversados. Ademais, a exaltação, esbravejar contra desmandos, gestos exagerados de inconformismo não pegam bem para o crente evangélico, diz o pastor no púlpito. Esqueceu que o silêncio trai mais a culpa do que a inocência. “Onde há fumaça há fogo”. O velho ditado não tem efeito nas igrejas.

O que diferencia o evangélico que domina as estatísticas da população brasileira religiosa? Distante do rigor moral do falecido protestantismo de missões, o novo evangélico reproduz a sociedade brasileira em suas piores características. O Brasil é uma festa de frouxidão ética. Pragmaticamente liberto do fundamento que “condena ao inferno”, a salvação pode ser comprada com a oferta no altar, e o evangélico tende a eleger a corrupção e o oportunismo político como “virtude” ou resultado de bem-aventurança.

Não importam os cultos, em todas as formas vigentes no Brasil a corrupção consentida vigora entre nós. Para o antropólogo, envolvido no estudo das culturas e tradições populares, Pedro Malazartes e Macunaíma são interessantes como protótipos culturais, engendrados para explicar a alma brasileira. São personagens aéticos, oportunistas, espertalhões, capazes de adaptarem-se e dar jeito em tudo, devorando princípios em antropofagia explícita. Ambiguidade? Aí está a palavra que melhor define a sociedade brasileira. Evangélicos também entram na farra e se divertem muito, ao que parece.

A ambiguidade não é privilégio de ninguém. E nesse caso não se pode culpar o catolicismo de frouxidão moral, superstição. Nem a religiosidade popular, que a maioria cultiva, trazida na bagagem cultural ibérica ou lusitana, ou da África, dos terreiros e tambores candobleístas ou umbandistas; ou no tum-tum-tum rítmico da macumba. Evangélicos, católicos, espíritas kardecistas e afro-religiosos, brasileiros, nunca fomos tão iguais. A farra dura o ano inteiro, fazendo inveja ao Carnaval. E salve-se quem puder.
Via Ultimato


Você conhece essa igreja?

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O risco de se pregar o amor


Por Hermes C. Fernandes

Lembro de quantas vezes ouvi meu pai falar de amor. Essa era, sem dúvida, uma das tônicas de seu ministério, o que lhe rendeu o apelido de “apóstolo do amor”. Não foi ele quem se intitulou assim. Aliás, ele nunca ligou muito pra título. Por isso, só pouco antes de morrer, na semana em que partiu, ele aceitou ser sagrado bispo. Mas ainda hoje há quem se refira a ele como “apóstolo do amor”.

Mas ele sabia dos riscos que havia de se pregar o amor. Algumas pessoas mal intencionadas se aproveitavam para extrair dele algum benefício, e quando ele não podia atender à um pedido, logo o chamavam de incoerente, de não viver o que pregava, etc. A bem da verdade, algumas vezes ele caiu em verdadeiras armadilhas. Ele preferia acreditar nas pessoas, até que se provasse o contrário.

Muitos dos seus gestos de amor eram feitos à surdina. Eu mesmo já testemunhei ocasiões em que ele ajudou alguém, e pediu que não divulgasse. Ele buscava seguir à risca à orientação dada por Jesus: o que fizer a mão direita, não o saiba a esquerda.

Quando decidi fazer da mensagem do amor uma das principais ênfases do meu ministério, eu estava plenamente ciente do que isso me acarretaria. Eu seria julgado com mais severidade. Seria acusado de incoerência, quando tivesse que disciplinar alguém na igreja. Teria minha vida constantemente perscrutada por aqueles que me almejassem “desmascarar”. Mas resolvi correr o risco.

Confesso que às vezes o preço parece mais caro do que eu supunha ser. Mas, por outro lado, é gratificante. O resultado positivo não pode ser ofuscado por nenhuma contestação ou acusação.

Que me acusem do que quiserem. Não me importo. Mas jamais se atrevam a atacar a mensagem, pois ela não é minha, é de Deus.

Não vou deixar de pregar o amor, ainda que, quanto mais amar, eu seja menos amado. Não busco ser correspondido. O amor de Deus por mim supre minha carência por completo. O fato de Ele me amar é suficiente para que eu ame tanto a meus amigos, quanto a meus desafetos.

Continuarei pedindo discrição daqueles a quem eu tiver oportunidade de ajudar. Minha recompensa vem do Senhor.

Não vou perder tempo emprestando meus lábios às acusações, sejam elas infundadas ou não. Como também não quero perder tempo me explicando, me justificando, pois tenho quem me defenda e me justifique. Com a palavra... meu advogado... Jesus!

Trata-se de um caminho sem volta. Seja qual for o preço a ser pago, não se pode retroceder.

Que o mesmo Espírito que derramou profusamente o amor de Deus em nossos corações, nos dê condição de arcar com os eventuais custos disso.

Pregar o amor é colocar-se no banco de réus. Viver o amor é dar às pessoas amadas o poder de nos decepcionar. Mas é o mesmo amor que nos agracia com o dom de perdoar.


Hermes Fernandes em Cristianismo Subversivo

terça-feira, 24 de abril de 2012

A minha alma está armada


Por Marcello Vieira


Certa vez Charles Spurgeon sintetizou muito bem o quê é um cristão, ele disse: “Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor.” Uma frase radical como o evangelho.

O primeiro chamado de Jesus ao homem é a redenção. O segundo é a subversão.

Igreja e missão são sinônimos no projeto de Deus. Cristão e missionário são sinônimos nessa fase de implantação do Reino. No convite de Jesus está implícita a frase: Saia da sua zona de conforto!
Afinal foi isso o quê ele fez. Abandonou o conforto da sua glória divina para se espremer dentro uma matéria humana.

Na verdade, Jesus foi o maior missionário de todos os tempos. E ele ordenou: Sejam meus imitadores!
E missão não é algo que a igreja tem que fazer. Missão é algo que a igreja tem que ser. Não há justificativa bíblica para institucionalizar uma igreja que não seja para transforma-la em uma agência missionária. Uma igreja que se institucionaliza e passa arrecadar dinheiro tem como dever moral patrocinar missões.

E o quê é missão?

Intervenção na história! Ação, comprometimento, sacrifícios de misericórdias.
Pregar o evangelho focando unicamente em patrulhamento moral é condensar o seu poder atômico de transformação sócio cultural. O arrependa-se não se limita aos pecados morais, mas também está em mudar as lentes, tirar o foco do umbigo. Ou seja, uma igreja bíblica é uma igreja missionária.

E quem é a igreja?

Somos todos nós que declaramos Cristo como Senhor.

E o quê que estamos fazendo?

Pouco! Muito pouco! Estamos acomodados nas poltronas das igrejas, estamos traçando o nosso plano de vida, estamos fundamentando o NOSSO REINO e, de quebra, usamos o nome de Deus como um patuá para nos abençoar.  Nos tornamos extremamente egoístas. Nos tornamos fariseus pós modernos, dando esmolas e apegados a uma religiosidade inútil. Uma igreja missionaria se compromete socialmente com as mazelas da sua localidade. Sem partidarismo, exercendo apenas o amor, exercendo apenas sua cidadania.

Até onde estamos indo por Jesus? Essa é uma pergunta comum quando se fala em missões, porém, eu pergunto diferente: O quê você não faria de jeito nenhum por Jesus?


Responda sinceramente essa pergunta e descubra onde está o seu coração. Descubra quem é o seu amor maior, descubra quem você idolatra em espírito e em verdade. É, seu sei. Jesus perde para o seu filho, seu cônjuge, sua carreira, seus sonhos...
A igreja não ama Jesus acima de todas as coisas, por isso, não consegue negar si mesmo e viver pelo outro. Por isso não consegue ser suficientemente relevante. E se ele não é o nosso amor maior, nunca sairemos da nossa zona de conforto, nunca seremos agentes transformadores do Reino, nunca seremos missionários, logo,  continuaremos sendo impostores! Impostores brigando pela defesa do evangelho. Somos patéticos.


Precisamos resolver isso com Ele!

Essa é a pergunta de nossas vidas.  Ao responde-la sinceramente, talvez descubramos que até hoje andamos mentindo para nós mesmos, e esse é o maior boicote que alguém pode fazer a si.

Então você pergunta: Como isso aconteceu? Eu mudei tanto! Eu parei com isso, eu parei com aquilo, ou então, eu nunca fiz isso, eu nunca fiz aquilo. A questão é que o evangelho não nos foi dado para fazer um patrulhamento moral, ele veio para restaurar à correta cosmovisão.

O problema é que você não aderiu o evangelho. Você aderiu ao movimento evangélico, e movimentos enganam, alienam e lobotomizam.

O movimento evangélico hoje no Brasil, infelizmente não tem mais nada a ver com o Evangelho de Jesus. É um verdadeiro sepulcro caiado. Transparece uma paz, contudo, é uma paz inerte e muda perante o império da maldade. E paz sem voz não é paz, é medo.

Buscam desesperadamente paz para seus corações e seguem admitindo toda maldade do mundo sem rebelar-se, para assim, continuarem tentando ser felizes em suas zonas de conforto.

A institucionalidade da igreja trouxe conforto e proteção, porém, com o tempo, trouxeram dúvidas para quem as viu se transformarem em prisões. Para quem as viu se transformarem em masmorras que ferem muita gente boa de Deus.

O clamor final é: Arrependa-se igreja! Vamos resgatar a unidade, a relevância dos cristãos primitivos.

Vamos nos abraçar e fazer filhos na fé e não nos limitarmos às poltronas dos dias de domingo.

Que arda o seu coração! Que o seu espírito se rebele, assim como aconteceu com o espírito de Paulo ao ver a idolatria grega, ao ver o avanço do império da maldade. Que você seja um cristão em missão na sua realidade local. Que ricos e pobres, fortes e fracos, opressores e oprimidos, possam reconhecer Jesus em você.

Que a sua alma esteja armada e apontada para a cara do sossego! Porque paz sem voz não é paz, é medo.


Marcello Vieira no Verbo Primitivo

sábado, 21 de abril de 2012

Para ouvir e refletir: Criolo - Não existe amor em SP


NÃO EXISTE AMOR EM SP
Criolo

Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você

Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu

Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus

quinta-feira, 19 de abril de 2012

#Citações (5): Erich Fromm: Fé e Esperança


"Quando a esperança desaparece, a vida termina, na realidade ou potencialmente. A esperança é um elemento intrínseco da estrutura da vida, da dinâmica do espírito do homem. Ela está intimamente ligada a outro elemento da estrutura da vida: a fé. A fé não é uma forma fraca de crença ou conhecimento; não é a fé nisto ou naquilo; a fé é a convicção sobre o que ainda não foi provado, o conhecimento da possibilidade real, a consciência da gravidez. A fé é racional quando se refere ao conhecimento real que ainda não nasceu; ela é baseada na capacidade de conhecimento e compreensão, que penetra superfície e vê o âmago. A fé, como esperança, não é a previsão do futuro; é a visão do presente num estado de gravidez."              
                                                                                                                                        (Erich Fromm)

Genealogia da crueldade


Por Israel Belo Azevedo

Por que somos cruéis?
(Desculpe-me, se você não é.)
Somos cruéis quando, escravos da autossuficiência, ignoramos (melhor: desprezamos) os estilos dos outros.
Somos cruéis quando permitimos que a amargura controle a nossa agenda.
Somos cruéis quando olhamos o outro como o responsável por nosso fracasso.
Somos cruéis quando achamos que precisamos retribuir hoje o que nos fizeram ontem.
Podemos ser cruéis com requintes metodológicos variados, que vão desde uma palavra colocada no alvo certo a um empurrão que não permite defesa.
Podemos ser cruéis sob os disfarces imperceptíveis do riso ou da indiferença.
Podemos ser cruéis em nome de Deus.

Israel Belo de Azevedo no Prazer da Palavra

terça-feira, 17 de abril de 2012

Espiritualidade e Legalismo


Por Fábio Bauab

Esta breve reflexão é, na verdade, uma carta resposta a um leitor do site. Algum tempo atrás eu recebi um e-mail de um leitor que me fez duas perguntas: Qual é a essência da espiritualidade cristã? Porque o ser humano é tão atraído pelo legalismo? Confesso que estes questionamentos estiveram dentro de mim por muito tempo e só foram expurgados a partir do momento que entendi a proposta de Jesus.
Se o modelo proposto por Jesus é verdadeiro (e eu creio que sim), então a essência da espiritualidade cristã é o Amor. Todas as ações e ensinamentos de Jesus estão baseados no amor. Da encarnação à crucificação tudo é realizado com base no Amor.
Infelizmente o ser humano tem um grande defeito: copiar a forma e esquecer-se do princípio. Assim, copiamos a forma apresentada por Jesus e esquecemos o princípio por ele ensinado.
Veja bem, ensinamos as pessoas a orar, ler a bíblia e até jejuar (forma), mas nem sempre ensinamos que elas devem ser realizadas com base no Amor. As pessoas oram porque querem mais poder, jejuam porque querem mais unção, leem a bíblia porque é dever de todo cristão (fazemos até concurso de leitura anual). Mas, a motivação nem sempre (para não generalizar) é o Amor sincero que não espera nada em troca.
O Amor verdadeiro nos leva a praticar a justiça, a caridade ou as disciplinas espirituais não porque esperamos algo em troca, mas sim, porque este Amor já produziu em nós marcas profundas. Tão profundas que não conseguimos viver sem expressar este amor àqueles que estão próximos de nós.
Amor é isto, um dom dado por Deus para produzir no ser humano marcas profundas. Ele é para ser dado e recebido. É para ser vivenciado e não teorizado.
Fora do Amor caímos no legalismo. Praticamos todas as disciplinas espirituais porque elas nos dão a segurança de que estamos realizando coisas boas, estamos em paz com Deus.
Esta é a razão porque as pessoas preferem o legalismo: segurança. Sentem-se seguros acerca do seu relacionamento com Deus. Acredito que são pessoas sinceras, tementes a Deus mas que não conseguem viver na liberdade do Espírito promovida pelo Amor.
Paulo trabalhou este tema quando escreveu aos crentes da Galácia: “Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres” (Gl 5:1). Fomos gerados nova criatura em Cristo Jesus para a liberdade.
Fraternalmente

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O amanhecer de um novo dia para a humanidade


Por Hermes Fernandes

Jesus introduz uma perspectiva revolucionária capaz de sacudir os alicerces sobre os quais nossa sociedade foi erigida. Ele substitui o antigo mandamento do amor por um novo e subversivo mandamento, onde a referência já não é o amor próprio, mas o amor de Cristo.

O amor próprio nos serviu como uma vela acesa durante uma noite longa e escura. Mas com o raiar do dia, já não faz sentido manter a vela acesa.

É sobre isso que João fala em sua primeira epístola:

“Amados, não vos escrevo novo, mas um mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Contudo vos escrevo novo mandamento, que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz” (1 Jo.2:7-8).
O que João diz aqui pode parecer contraditório. Afinal de contas, trata-se de um ‘novo’ ou um ‘antigo’ mandamento? Veja, o mandamento é o mesmo: amar ao próximo. Entretanto, o referencial é que mudou. Em vez de amá-lo como a si mesmo, deve-se amá-lo como Jesus nos amou.

A chegada do novo dia faz desnecessária outra referência de amor que não seja aquela demonstrada na Cruz. Qualquer outra referência é ofuscada pela a maior e mais contundente prova de amor de que se tem notícia. E é este amor que nos constrange para que deixemos de viver para nós mesmos, e vivamos em função d’Ele e do bem-estar dos nossos semelhantes. Paulo diz que “o amor de Cristo nos constrange (...) E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si” (2 Co.5:14a,15a).

Diferente da luz proporcionada pela vela, que alumia apenas em um pequeno raio, a luz solar é capaz de dissipar todas as trevas, tornando noite em dia.

Quando arrebatados do império das trevas para o reino do Filho do Amor de Deus, somos batizados, imersos em Seu amor. No dizer de Paulo, “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:5). É um caminho sem volta. O sol que acaba de nascer, jamais se porá novamente. Deixamos de viver para nós mesmos, para viver em função do objeto amado, nesse caso, Deus e nossos semelhantes.

O amor próprio deve ser dissipado. O vento do Espírito deve apagá-lo, para que em seu lugar possa arder o genuíno amor de Deus.

Ora, se deixamos de nos amar, por que razão deveríamos cuidar de nossa saúde, aparência, finanças e tudo o que diz respeito ao nosso bem-estar particular? Será que deveríamos nos tornar pessoas relaxadas? Isso glorificaria a Deus? Não! Absolutamente. Só que agora, nossas motivações são outras.

Deixar de amar a si mesmo para amar a Deus e a seus semelhantes não significa deixar de viver, ou mesmo preferir morrer. O que nos motiva agora é a busca pela glória de Deus e pelo bem comum.

Vejamos o exemplo de Paulo, registrado em sua carta aos Filipenses:

“A minha ardente expectativa e esperança é de em nada ser confundido, mas ter muita coragem para que agora e sempre, Cristo seja engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp.1:20-21).
Repare nisso: a única coisa de que Paulo fazia a mais absoluta questão era que Cristo fosse engrandecido através dele, não importava se pela sua vida ou pela sua morte. Paulo não temia a morte. Ela tinha consciência de que a deixar este mundo era lucro.

Ora, se morrer é lucro, por que não devemos todos desejar a morte? Porque não buscamos por lucro. Viver em função daquilo que nos é vantajoso é guiar-se pelo amor próprio, e não pelo amor à Deus e aos nossos semelhantes.

Paulo prossegue em seu raciocínio:

“Mas, se o viver na carne trouxer fruto para a minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; mas julgo mais necessário, POR AMOR DE VÓS, permanecer na carne. E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para o vosso progresso e gozo na fé” (Fp.1:22-25).
À luz desta perspectiva, podemos concluir que todo bem que procuramos para nós mesmos, deve ser motivado pelo bem que isso vá causar aos nossos semelhantes.

Por exemplo: sou pai de três lindos filhos. Eu poderia pensar: se não devo amar a minha própria vida, então, por que não posso fumar? Que mal haveria nisso? Isso apressaria minha passagem para o mundo porvir. Porém, pensando assim, eu estaria me suicidando à prestações, e dando um péssimo exemplos aos meus filhos a quem devo amar incondicionalmente. Portanto, é por amor a eles que devo me cuidar. Eles precisam de mim por muito tempo nesta vida.

Se pretendo ficar muito tempo neste mundo, para poder servir aos meus semelhantes, devo me cuidar, praticar exercícios, alimentar-me bem, abandonar qualquer vício prejudicial à saúde, etc.

E quanto à busca por estabilidade financeira? Haveria alguma justificativa plausível à parte do amor próprio? Óbvio que sim! É Paulo quem de novo nos oferece uma razão em linha com o novo mandamento:

“Aquele que furtava, não furte mais, antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado”(Ef.4:28).
Eis a razão porque devemos trabalhar e buscar estabilidade financeira: ter o que repartir com quem precisa. Não é pecado ser rico. Pecado é fazer da riqueza um fim em si mesmo. Lembre-se que “o amor do dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm.6:10a). As coisas estão aí para serem usadas, e não amadas. As pessoas que devem ser amadas! Usemos as coisas para beneficiar as pessoas, e não usemos as pessoas para adquirir as coisas.

Vale aqui a advertência paulina:

“Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as cosias para delas gozarmos; que façam o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmos um bom fundamento para o futuro” (1 Tm.6:17-19a).
Se quisermos garantir um futuro promissor para nós e para o resto da humanidade, temos que mudar nosso paradigma, apagar a vela do amor próprio, e receber com gratidão o raiar do Sol da Justiça e do Amor trazendo o nov

Embora novo dia já tenha raiado, estamos aguardando o momento em que ele atingirá o seu apogeu, o que costumo chama de meio-dia profético, quando já não haverá mais sombras.

Urge despertarmos do nosso sono indolente e aprendermos a praticar o novo mandamento do amor. Não basta dizer que ama, tem que expressar esse amor em gestos e atitudes. Temos que aprender a repartir nosso pão, a viver em função do nosso semelhante, e não em função de nosso aprazimento pessoal.

Trata-se da prática do jejum prescrito em Isaías 58. Quando repartirmos nosso pão com o faminto, recolhermos em casa os sem-teto, vestirmos o nu, e deixarmos de nos esconder do nosso próximo, cumprir-se-á a promessa: “Então romperá a tua luz como a alva (...) se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita, então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia” (Is.58:8a,10).

O novo dia começou na Cruz, com a maior demonstração de amor de todas as Eras. A Igreja Primitiva vivenciou, durante o tempo de tribulação, a madrugada do novo dia, quando Jesus lhes parecia como a Estrela da Manhã. Somos convidados a vivenciar a alvorada desse Dia chamado Hoje, e aguardar pelo momento em que o Sol se posicionará no centro do Céu, dissipando as sombras, e trazendo avaliação e juízo a todas as obras. Quando isso se der, não apenas nossas obras serão julgadas, mas também as motivações que as produziram.
Hermes Fernandes no Cristianismo Subversivo