sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do Professor, Greves e Educação no Brasil


Por Lucas Porto

Árdua tarefa é ser professor em um país que é 88º colocado no ranking de educação da UNESCO, atrás até mesmo de países latinos muito mais 'pobres' que o Brasil como Peru, Equador e Bolívia. Já que Uruguai, Chile e Argentina estar na frente deste tupiniquim país não é novidade para ninguém.

No Brasil 2011 foi um ano diferente, diria que especial, não me recordo um tempo que tenha acontecido tantas mobilizações sociais como ocorre no decorrente ano. Em todo país as massas foram as ruas pedindo uma basta na corrupção. Depois tem tantos e tantos anos recebendo de forma passiva toda essa corrupção institucionalizada e generalizada parece que a população despertou. Não foram somente as 'marchas da corrução' que marcaram e irão marcar o ano, observamos grande mobilização e reivindicações por parte daqueles que trabalham com educação. Assistimos atentos a luta do professores catarinenses por um salário mas justo, mas não foi somente em Santa Catarina que os educadores tiveram coragem de enfrentar o governo e se decidir pela greve isso aconteceu em todas as regiões do país, em vários estados.
Em quase todos os casos o que se viu foi o descaso daqueles que detém o poder da decisão em suas mãos,
Cid Gomes foi além do descaso, foi descarado, humilhou com desdem os educadores do seu estado:

“Quem quer dar aula faz isso por gosto e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado.." 


Educadores do Ceará satirizam afirmação do governador.

O que frustra é saber que na República das Bananas não é só a classe política que menospreza é educação, isso acontece com toda a sociedade brasileira, volto a repetir a sociedade brasileira não valoriza a educação.
Como dizer que a educação ocupa um lugar de destaque se nas últimas duas últimas eleições os presidenciáveis que apresentavam a educação como suas prioridades nem sequer chegaram ao segundo turno. 
O país é campeão em problemas disciplinares, o tempo que já é escasso para exposição pedagógica fica ainda menor quando se tem que 'ensinar' alunos indisciplinados e os mesmos impedem o avanço de outrem. É a chamada terceirização da educação, o ambiente familiar quer se isentar da responsabilidade de educar o filho. Os país estão transferindo o intransferível, a responsabilidade educação dos filhos. No Brasil esse tipo de situação vem se tornando cada vez mais frequente, além de não valorizado financeiramente, o professor brasileiro está sendo massacrado emocionalmente também.




Não haverá grande mudanças sociais sem investimento pesado em educação, existirá o assistencialismo medíocre que não produz autonomia e gera dependência. Se a educação não ocupa lugar central nas políticas públicas de um país o mesmo está fadado ao fracasso. Sem educação um país não tem futuro, pode se falar em pré sal, petróleo sem investimento em educação nenhuma mudança significativa vai acontecer. Reformas? reformar o que? O se pede do Brasil é uma revolução no sistema educacional. Mas quem vai falar em educação nos próximos 6 anos? afinal se existe uma copa do mundo e uma olimpíada a ser entregue, e quando se tem entretenimento e diversão quem vai falar em educação?!!




"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes
brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."  (Paulo Freire)

Ao professores brasileiros deixo aqui minha singela homenagem, como já disse árdua tarefa é, ser professor neste país:


"Educar é de certo modo transformar um animal humano em cidadão".
( Ferreira Goulart )
15 de outubro dia do professor!

Um comentário:

  1. Me formei em licenciatura em cênicas, posso dar aulas de educação artística e teatro, mas por força das circunstâncias não tenho trabalhado como professor. seu post resume bem as circunstâncias.

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