quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Papa é pop, Cristo é Underground


Por Marcello Comuna

Acho relevante antes do texto em si, uma compreensão do termo underground. 

Underground significa subterrâneo, em português, e é usado para chamar uma cultura que foge dos padrões normais e conhecidos pela sociedade. Underground é um ambiente com uma cultura diferente, que não segue modismos e geralmente não está na mídia. 

Existe também a cultura ou movimento underground, que é formada por um grupo de pessoas que não está preocupada em seguir padrões comerciais, e pode ser chamada também de cena underground. A Cultura Underground está relacionada a música, artes plásticas, literatura e toda forma de expressão através das artes, principalmente pela cultura urbana contemporânea. Um indivíduo que deixa o movimento fala-se que "deixou o undergrond" ou "saiu do underground", e isso ocorre quando eles se tornaram populares e conhecidos pelo público, então não fazem mais parte dessa cultura. 

Acho relevante antes do texto em si, uma compreensão do termo underground. 

Underground significa subterrâneo, em português, e é usado para chamar uma cultura que foge dos padrões normais e conhecidos pela sociedade. Underground é um ambiente com uma cultura diferente, que não segue modismos e geralmente não está na mídia. 

Existe também a cultura ou movimento underground, que é formada por um grupo de pessoas que não está preocupada em seguir padrões comerciais, e pode ser chamada também de cena underground. A Cultura Underground está relacionada a música, artes plásticas, literatura e toda forma de expressão através das artes, principalmente pela cultura urbana contemporânea. Um indivíduo que deixa o movimento fala-se que "deixou o undergrond" ou "saiu do underground", e isso ocorre quando eles se tornaram populares e conhecidos pelo público, então não fazem mais parte dessa cultura. 

Vamos ao texto.
"Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele”. João 8:28-30

Jesus estava na missão. Após mais um dia de caminhada e pregações, um grupo de judeus crê em suas palavras. Uma dialética tinha sido instaurada e os judeus tinham se convencido. Jesus deveria estar satisfeito, afinal, esse é o objetivo de um pregador, que seus ouvintes acreditem em suas palavras.

A missão do dia estava cumprida. Se fosse em nossos dias, chamaríamos os convencidos à frente, induziríamos a repetir uma oração publica confessando Jesus como Senhor e arrependendo-se de seus pecados. Pronto! Iriamos para casa com nossa consciência e vaidade satisfeitas. Para muito de nós o trabalho estaria concluído. Nada mais precisaria ser dito. Daríamos a benção apostólica e encheríamos nossa boca para dizer que “N” pessoas foram salvas com nosso trabalho.

Analisando o modo como Jesus compartilhava a verdade, penso que nosso trabalho evangelístico pós-moderno está muito distante do evangelismo praticado pelo próprio Cristo.

Jesus poderia ter parado por ali, já tinha aumentado o rebanho. Mas supreendentemente ele continua a falar para aqueles que creram nele. Ele vai para o nível 2 do seu discurso e o clima fica tenso.

Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:31-32

Minha mente literária gosta de pensar que nesse momento, Pedro, o mais ousado dos apóstolos, deve ter cochichado com João: “Ih! Vai dar merda!”.

Jesus deixa claro que não bastava fazer uma oração confessando-o como Senhor ou cantar músicas exaltando o seu nome, era preciso ir além. Os judeus na época de Jesus já carregavam uma enorme tradição e se consideravam um povo superior ao outros, não se sujeitando a ninguém. Aí Jesus chega e diz que ele só serão verdadeiramente livres após conhecerem a verdade.

Que conversa é essa? Nunca fomos escravos de ninguém! Replicaram os judeus. Vs. 33.

Jesus poderia recuar como faz os seus pseudos representantes nos programas de televisão quando são contra argumentados com outras verdades. Ele poderia abrir mão da sua verdade absoluta em nome do ecumenismo ou relativismo, como faz os artistas gospels da grande mídia. Ele poderia simplesmente evitar o conflito, afinal, aquelas pessoas já tinham acreditado nele. O importante não é aumentar o rebanho? Para Jesus isso não bastava, na verdade, isso não era importante. Esse frenesi por quantidade é uma influência direta do sistema capitalista em nosso meio. Mas isso é outra conversa...

Jesus estava preocupado com o interior das pessoas. Ele queria faze-las enxergar os seus pecados e a partir daí começar um processo de redenção como estava acontecendo aos poucos com os doze que o assessoravam. Havia chegado o momento de espremer a ferida, expelir o pus, desconstruir castelos da religiosidade e tradição, dos achismos, da soberba judaica, da hipocrisia farisaica.

Os judeus se consideravam os santarrões da terra. Jesus, porém, lhes diz: “Vocês são escravos do pecado”! Vs. 34

Eles se vangloriavam de ser filhos de Abraão, assim como muitos incrédulos que convivemos hoje em dia afirmam que também são filhos de Deus. Jesus para esses afirmou: “Vocês são filhos do diabo!” Vs.44. (Nessa hora Pedro deve ter falado novamente: “Agora vai dar muita merda mesmo”!).

Vai vendo a diferença do discurso do nosso Mestre para o discurso dos “cristãos” midiáticos.

E aqui ele diz algo de suprema importância para nosso tempo apostata.

“Mas porque eu digo a verdade não me credes [...]. Se vos digo a verdade por que não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus”. (Meus irmãos calvinistas adoram essa parte do texto)

Jesus traz à tona aquelas falsas conversões. Aquelas decisões baseadas em emoções.

Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: “Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio”? Jesus respondeu: “Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.
Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue”. João 8:48-50

Ué?! O grupo não tinha crido? Porque voltaram a chamar Jesus de endomoniado? Jesus tem que se justificar e voltar a afirmar que era de Deus! O conflito estava instaurado, o Mestre abre mão dos elogios, dos tapinhas nas costas e de novos convites para pregar na sinagoga.

Viu apologeta? Antes de você, Jesus também recebeu o título de encapetado por pregar o evangelho genuinamente e refutar as heresias. Renove suas forças e continue seu trabalho! Deixa os cabritos berrarem!

Por fim, os que haviam se “convertido” pegam pedras para apedreja-lo. Contudo, o Mestre dá um “ninja gaiden” e despista seus candidatos a algozes.

Nosso mestre deixou o exemplo. Ele nunca fez questão de ser pop. O papa é pop, o gospel é pop, Diante do Trono é pop, Pregador Luo virou pop. E o pop não poupa ninguém, já diria o poeta. Arrasta milhares com suas sedutoras propostas de glória e fama.

Nosso General é Underground! Nosso General nunca usou o pretexto de alcançar almas para buscar glória e fama, antes esvaziou a si mesmo. Seu discurso sempre foi under, sempre foi na contra mão da maioria. Ele não ficou com cara de paisagem diante a dureza de coração do povo, não envergou seu discurso mediante a uma situação de iminente perigo e que, se ele quisesse, poderia transformar em uma situação de consagração junto aos judeus. Perceba que caso Jesus abrisse mão do complemento do seu discurso, tudo terminaria em paz. Como termina em paz as apresentações na TV desses que negociam a verdade. No final ele sairia aplaudido e elogiado. Mas ele precisava dar o exemplo, afinal, foi ele mesmo que disse que bem aventurados seriamos quando pelo nome dele fossemos perseguidos.

Igreja! Pare com essa bobagem de querer montar um ministério megalomaníaco para ganhar o Brasil, a China, a Nova Zelândia ou o raio que o parta para Cristo! Não se venda sob o pretexto de ganhar multidões. Pare de usar Salmos 2.8 para legitimar suas aberrações evangelísticas. Muitos homens ambiciosos alegam que estão em busca de conquistar as nações, as multidões para o Reino, por isso precisam construir impérios. Usam descaradamente e fora de contexto o verso: “Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade”. Pastores e cantores incitam pessoas a repetirem essa oração como se fosse um mantra levando-as ao erro para influencia-las a colaborarem com seus projetos gananciosos travestidos de "busca pelas nações". Isso não é uma oração para os homens, esse verso trata-se de um sublime e magnifico diálogo entre o Filho e o Pai. Esse Salmo é altamente poético, profético e escatológico.

Deus entregará as nações a Cristo para julgá-las, esse é o teor da conversa. Nada tem haver com evangelismo. Veja o quê diz o verso seguinte: “Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro". Salmos 2:9

Isso faz algum sentido? Evangelizar nações para julga-las e destruí-las? Claro que não! Deus entregará as nações e os confins da terra para Cristo, não para você!

Enfim, equívocos interpretativos a parte.
Não adianta! O Evangelho genuíno nunca será pop. O Evangelho é underground, corre na contra mão, é marginal, é anti-mainstream. Se você anda pregando o evangelho e os não cristãos andam te aplaudindo demasiadamente, aconselho-te a rever o conteúdo que andas pregando.

Abraços fraternos desse humilde servo que anda vigilante para manter-se no undergroud.

Publicado originalmente no Verbo Primitivo

domingo, 3 de junho de 2012

Para ouvir e refletir: Engenheiros do Hawaii - Dom Quixote



DOM QUIXOTE
Engenheiros do Hawaii

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas