sábado, 27 de agosto de 2011

Ricardo Teixeira, o incrititicável!



Por Lucas Porto

Acho que nunca senti tanta vergonha de ser catarinense como esta semana, aliás meu sentimento é diferente amo Santa Catarina e tenho orgulho da cultura sulista, mas como se diz por aqui essa semana meu orgulho como barriga verde foi parar lá no 'garrão' e o motivo da minha infelicidade foi a FCF (Federação Catarinense de Futebol), leiamos as palavras divulgadas em nota pela entidade volto depois:

Federação Catarinense de Futebol vem a publico manifestar seu repudio contra qualquer manifestação ofensiva, realizada em jogos no território de Santa Catarina, direcionada ao Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Dr. Ricardo Terra Teixeira, bem como à própria CBF.
A FCF ressalta que este tipo de manifestação se configura como uma infração ao Estatuto do Torcedor, cujo artigo 13-A, inciso IV, dispõe: “São condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo sem prejuízo de outras condições previstas em lei”- IV - “não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenofóbico”.

O parágrafo único deste artigo estabelece que “o não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outras sansões administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis”.
A Diretoria e o Presidente da FCF, Dr. Delfim Pádua Peixoto Filho, reiteram sua parceria e seu apoio à Confederação Brasileira de Futebol e seu Presidente, Dr. Ricardo Teixeira, que sempre foi um amigo e deu suporte ao futebol catarinense. Lembramos ainda que “ninguém será considerado culpado até o transito em julgado ter sentença penal condenatória”, conforme trata nossa Constituição Federal, no inciso LVII do Artigo 5º.

Voltei, acho que a FCF deve estar muito mal assessorada juridicamente, ora até eu que nunca entrei em uma aula de direito sei interpretar o Estatuto do Torcedor , ou quer dizer então que crítica e ofensa são a mesma coisa? parece que isso virou moda em terras tupiniquins, mas é isso mesmo, pelo menos segundo a exegegue jurídica da FCF. Outro 'detalhe' que acho que a FCF esqueceu é que o Estatuto do Torcedor está um pouco abaixo da Constituição Federal ou alguém precisa de Pós doutorado em direito para saber isso? Só pra lembrar:

“é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX)Constituição Federal.

A ameaça que a entidade FCF fez fere não somente a liberdade de expressão como também a Constituição Federal. O que a FCF esta tentando fazer é uma afronta a atividade intelectual e ao senso crítico, e um estímulo a corrupção e degeneração moral, ninguém nesse país esta isento de críticas inclusive Ricardo Teixeira e até mesmo este post. Aliás não deve ser coincidência o presidente da CBF e o mandatário da FCF Delfim Pádua Peixoto Filho serem os dois dirigentes recordistas de permanência em uma federação esportiva no Brasil e no mundo, respectivamente 27 e 30 anos no poder. Pois é Ricardo Teixeira é o cut-cut da Federação Catarinense de Futebol, o inquestionável, o intocável, veremos se a torcida catarinense também pensa assim.Coisa que eu dúvido muito.
Soli Deo Glória.


Só para fins de notícia, o Ministério Público Federal ameaça punir a repressão da FCF (leia aqui)

2 comentários:

  1. Eu concordo contigo, qualquer manifestação de #foraricardoteixeira ou #foradelfim estao amparadas pela liberdade de expressão e não são ofensivas... mas cada um faz a interpretação que lhe convém. Pensado pela ótica deles os caras-pintadas jamais teriam o direito de se expressar #podeissoarnaldo

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  2. Isso aí! Brasil. Acontece no esporte, na política, nos meios religiosos, infelizmente a devoção à personalidade é uma coisa séria.
    Isso se repete tanto, que vem a questão: Se não fosse ele quem estaria no lugar? É barra velho, até porque esse tipo de prática não nos deixa preparado para encarar uma administração participativa. Isso até pode com o tempo voltar a acontecer.

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